top of page


GLOSSÁRIO
 

Alguidar
Vasilha de barro muito utilizada para assentamentos, oferendas e rituais. Sua forma simples e ancestral conecta o sagrado à terra, servindo de recipiente para comidas votivas, folhas e elementos simbólicos das entidades.

Assentamento
Ato ritual de fixar, em um local físico, a presença de uma força espiritual, seja um orixá, guia ou entidade. Envolve elementos simbólicos, como pedras, ervas, objetos, comidas e bebidas, que representam e sustentam a energia daquela força. O assentamento cria um ponto de axé e comunicação entre o mundo espiritual e o material, e sua realização exige conhecimento, cuidado e autorização espiritual. 

Assistência
Termo usado para se referir às pessoas que frequentam o terreiro em busca de orientação, cura ou acolhimento espiritual, mesmo que não sejam iniciadas na casa.

Axé
Energia vital que permeia todos os seres e elementos, fundamental nas práticas religiosas afro-brasileiras.

"Baixar o guia"
Expressão popular que designa o momento em que uma entidade espiritual (guia) se manifesta por incorporação no corpo do médium durante a gira. Esse “baixar” não indica hierarquia inferior, mas sim o ato da entidade vir do plano espiritual para atuar na terra.

Calunga
Na cosmologia afro-brasileira, representa o mar ou o cemitério, dependendo do contexto. Está associada à passagem entre mundos, à ancestralidade e ao culto aos mortos.

Cambone
Ato de auxiliar os guias durante a gira. O cambone organiza o espaço, recebe oferendas, ajuda o médium incorporado e mantém a ordem ritual, sendo peça fundamental para o bom andamento dos trabalhos.

Carrego
Energia negativa acumulada que uma pessoa pode trazer consigo, geralmente associada a sobrecargas espirituais, inveja, demandas ou desequilíbrios. Pode ser descarregada em rituais específicos.

Congá
Altar principal do terreiro, onde estão representadas as entidades, orixás e encantados da casa. É o ponto de força, de acolhimento e reverência espiritual.

Consulência
Momento da gira em que os guias e entidades incorporadas atendem a assistência. É quando se estabelecem os diálogos, os conselhos, os diagnósticos e as orientações espirituais.

Cruzeiro
Espaço sagrado, geralmente localizado em um ponto fixo do terreiro, dedicado ao culto e reverência às entidades conhecidas como Pretos Velhos. Ali são feitos assentamentos, oferendas e rezas, criando um ponto de força e acolhimento.

Curimba
Conjunto de instrumentos (especialmente atabaques) e cantos que conduzem a musicalidade dos rituais. A curimba sustenta o ritmo da gira e ativa as energias necessárias para a manifestação das entidades. Também pode se referir ao grupo responsável pelos toques e cantos.

Ebó
Oferta ritual feita para limpeza, cura, agradecimento ou reequilíbrio espiritual. Envolve alimentos, objetos simbólicos, ervas ou atos, e deve ser conduzido com fundamento e respeito.

Entidade
Ser espiritual cultuado nas religiões afro-brasileiras, especialmente na Umbanda e na Jurema Sagrada. As entidades se manifestam por meio da incorporação em médiuns durante as giras, trazendo mensagens, curas, orientações e proteção.

Exu e Pombagira
Entidades guardiãs das encruzilhadas e dos caminhos. Exu é o mensageiro, senhor da comunicação e da justiça. Pombagira é a força feminina que lida com os desejos, as dores e as potências da existência. Ambos trabalham na linha da Quimbanda e são pilares fundamentais nas religiões afro-brasileiras.

Firmezas
Ações ou elementos utilizados para fixar e alimentar a presença espiritual de uma entidade ou orixá em determinado espaço. Podem ser oferendas, rezas, objetos simbólicos ou assentamentos, como a tronqueira ou o cruzeiro.

"Função de Terreiro"
Termo usado para designar um dia de trabalho espiritual no terreiro. Pode incluir giras, rituais específicos, mutirões de limpeza, preparo de alimentos ou outras atividades coletivas ligadas à manutenção da casa.

Gira
Ritual coletivo em que os médiuns incorporam os guias e encantados para realizar atendimentos, rezas, descarregos ou celebrações. É um dos momentos centrais da vivência no terreiro.

Irmã/Irmão de Santo
Termos que designam os demais médiuns ou filhos de santo que compartilham a mesma casa espiritual.

Jurema Sagrada
Tradição de matriz afroindígena presente sobretudo no Nordeste do Brasil. Cultua os Mestres e Encantados da Jurema, como caboclos, índios e pretos-velhos, articulando elementos do catolicismo popular, pajelança e espiritualidade ancestral.

Mandinga
Feitiço, encantamento ou preparo espiritual que envolve ervas, palavras e intenções. Pode ser usado para proteção, cura, abertura de caminhos ou quebra de demandas.

Médium
Pessoa com capacidade de intermediar a comunicação entre o mundo espiritual e o físico.

Orixá
Divindade que representa forças da natureza e aspectos da vida humana.

Ori
Em yorubá, significa “cabeça”. É o princípio da individualidade, do destino e da consciência espiritual. No Candomblé e Umbanda, o Ori é tratado com respeito e cuidado, pois é o portal pelo qual os orixás se comunicam com os seres humanos.

Padê
Oferenda para Exu, composta por farinha de mandioca, dendê e outros ingredientes.

Pai/Mãe de Santo
Liderança espiritual zelador dos fundamentos da casa. Garante a condução e a continuidade dos ritos, o acolhimento dos filhos e a manutenção do axé. Também exerce papel fundamental na transmissão de saberes e cuidados.

Pemba
Giz ritual de cor branca (ou colorida), feito de calcário, utilizado para riscar símbolos sagrados no chão ou em objetos. Cada risco carrega força espiritual e ativa energias específicas. É ferramenta de proteção, consagração e comunicação entre mundos.

Ponto Cantado
Cântico ritual entoado para saudar, evocar ou despedir entidades e orixás. Carrega ensinamentos, histórias e chamadas vibracionais, funcionando como senha espiritual.

Quimbanda
Tradição espiritual que dialoga com a Umbanda, marcada pela atuação dos Exus e Pombagiras. Valoriza a liberdade, a justiça e o enfrentamento das encruzilhadas da vida.

Tronqueira
Local de assentamento de Exu na entrada do terreiro. Ponto de força e proteção espiritual.

Umbanda
Religião afro-brasileira que cultua orixás, guias e entidades, unindo elementos do Candomblé, do catolicismo popular, do espiritismo kardecista e das culturas indígenas. É religião de cura, acolhimento e resistência.

Vovó Maria Conga
Entidade ancestral da linha dos Pretos-Velhos, símbolo de sabedoria, ternura e firmeza. Representa o feminino ancestral que acolhe, cura e ensina através da escuta e do silêncio. 

Zé Pelintra
Entidade cultuada na Umbanda e na Jurema, conhecida por sua malandragem, elegância e sabedoria de rua. Atua nos cruzos entre o sagrado e o mundano, protegendo os que vivem à margem.

bottom of page